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Eis o Pão Vivo, descido do Céu!

“Brincadeira” do Espírito Santo durante o Mistério da Fé

 

A Hóstia se eleva enquanto o sacerdote, com as mãos estendidas sobre as oferendas, pronuncia a palavra “Ton“, seguida logo de “Esprit …”.

Isso indica que, de maneira inesperada, enquanto a palavra Espírito Santo ainda nem sequer foi pronunciada com a boca, começa a ação de elevação, confirmando as palavras do Salmo: “A Palavra nem chegou à minha língua, e já, Senhor, a conheceis inteiramente” (Sl 138,4); isto significa que é Deus quem age, precedendo as próprias palavras pronunciadas: “Só Ele pode agir assim“.

O Pão, permeado pela força do Espírito que vem sobre este pela invocação e a imposição das mãos, é manifestamente o Corpo de um Ressuscitado (ergue-se, é inexplicavelmente leve, fora das leis da natureza física dos corpos), sinal evidente de que aquela Hóstia foi transformada, tornada “espiritual“, porque convertida agora em sacramento e presença real do Senhor, o Corpo de Jesus Cristo Ressuscitado. A “species”, a forma do Pão, é assumida por Ele para se tornar presente; assim como se fez presente, Ressuscitado, aos discípulos e a Madalena, “sub aliena specie“, sob diferentes aparências: viajante, jardineiro … Isso também indica que agora, com Seu corpo e em Seu corpo, Jesus é o “Vivente”, Aquele que dá o Espírito sem medida. Ele agora se tornou concretamente o “Pão descido do céu” e, com toda a Sua humanidade, “Espírito que vida“.

Segundo a Igreja Oriental, a ação consagradora e transformadora do Espírito ocorre precisamente na Epiclese, ao passo que para a Teologia Católica ocorre enquanto são pronunciadas pelo sacerdote as palavras “Isto é…”, tanto para o pão como para o vinho. Esta levitação do pão oferecido tem um significado muito profundo: o Espírito dá um sinal manifesto e vivo da sua poderosa obra santificadora, que torna presente o Corpo e o Sangue do Senhor Jesus Ressuscitado no pão e no vinho. Ao ser invocado, desce sobre eles, transforma-os, transubstancia-os, deixando intactas, para a nossa experiência racional e sensível, as espécies eucarísticas. A mesma ação santificadora é posteriormente operada pelo Espírito, transformando nele nós, que O recebemos, mas deixando intacta a nossa humanidade. Fica evidente neste evento – e precisamente só depois da transformação/santificação já efetuada pelo Espírito – que é o próprio Senhor Jesus, Ele mesmo, sob as aparências da pessoa do sacerdote, com a voz do Seu ministro, quem convida os fiéis a receberem e lhes oferece o Seu Corpo Ressuscitado Sacrificado (o Cordeiro do Apocalipse) e o Seu Sangue Derramado, mas realmente já presente, quando o sacerdote os toma nas mãos e no-los apresenta.

Nesta “manifestação visível”, única, registrada para sempre pelas câmeras, sem qualquer truque, poder da mente ou magia, alguém mostra de forma plástica e inequívoca a verdadeira ação do Espírito sobre as ofertas. O que se vê na tela, constatado pelos três concelebrantes, surpresos e incrédulos diante do fato, indecisos sobre como reagir, afirma que, em cada Santa Missa, ocorre a mesma ação real, ainda que de forma invisível. A nossa pouca e pobre fé é auxiliada e fortalecida por este sinal, a fim de que acreditemos mais firmemente na santíssima e onipotente presença do Espírito Santo, operando em cada Eucaristia o “milagre” da presença real do Corpo e Sangue do Senhor Jesus, oferecido ao Pai por nós e, assim, oferecido a nós pelo próprio Jesus.

A Mãe de Deus, Maria, com este sinal, realizado no seu santuário de Lourdes, quis deixar uma mensagem a todos os sacerdotes e fiéis, para instruí-los e convencê-los da grandeza e da realidade do imenso dom da vida divina e humana do Senhor, contido na Eucaristia. Com este, nutre Sua vida em nós e a nossa n’Ele. A Igreja de Deus na França, e em todas as nações, certamente está ciente da necessidade desse ato primoroso do Amor de Deus e de Sua Mãe, e é grata. A Virgem Imaculada realizou um gesto de comunhão para todos os cristãos, de ecumenismo com a Igreja Ortodoxa e todas as outras Igrejas Orientais – um bispo de Rito Oriental também estava presente na celebração – provando que têm razão sobre o que acreditam e ensinam com relação ao momento preciso em que ocorre a transformação/consagração das ofertas na celebração da Santa Missa. Ela, por sua vez, diz a eles que apareceu em Lourdes como a Imaculada, mesmo que muitos ortodoxos prefiram ignorar sua visita e presença da graça naquele lugar, porque confirma um dogma católico que, para eles, foi inutilmente proclamado. A luz que flui e aparece entre as duas Hóstias é típica, irreproduzível. Há um fluxo evidente, vivo, dinâmico e luminoso que flui continuamente entre estas. Está sempre presente no centro, embora mude continuamente sua extensão, intensidade e cor. Na liturgia bizantina, salienta-se a comunhão no Espírito Santo entre a Igreja celeste e a que ainda está na terra com duas luminárias que rodam, iluminando, para significar a liturgia que se realiza na comunhão entre céu e terra. Este fato expresso pelo sinal das luminárias é aqui manifestado pelas duas Hóstias: a superior na dimensão espiritual, da ressurreição e vida eterna em Cristo, e a que ainda repousa na terra sobre a patena: ambas são vivificadas e mantidas em comunhão pelo fluxo de luz (o Espírito Santo), que flui entre as duas e as mantém unificadas, mesmo permanecendo distanciadas entre elas por cerca de dois centímetros.

As duas Hóstias continuam separadas até o momento da Doxologia final: o bispo levanta a patena no gesto de louvor dizendo “Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a Vós, Deus Pai Todo-Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda a glória, agora e para sempre“. Neste momento, a Hóstia superior, a Igreja celestial, une-se, torna-se uma só voz, um só corpo, um só coração com a terrena, para dizer e exprimir em nós e conosco tanto este hino de louvor como o “Pai Nosso“, isto é, Maria e todos os Santos rezam em nós e conosco. Creio que o Espírito e Maria saberão nos fazer descobrir outros detalhes e sugerir outros significados sobre este evento tão simples, mas, por ser obra de Deus, muito importante e precioso para nós. Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir fale também às Igrejas de Deus em todo o mundo com este delicado e belo sinal, que se realizou na alegria da celebração do Sacrifício Eucarístico, na casa da Imaculada Mãe de Deus e nossa, em Lourdes, França.